Não há nada melhor, em um dia de calor,
que um refrescante e saudável suco de laranjas.
O suco, além de saciar a nossa sede,
encanta os nossos sentidos de maneira muito especial.
Os nossos olhos são impactados pela
beleza do amarelo.
O nosso olfato embriagado pelo singular
aroma.
O contato com a nossa boca transmite
todo o frescor de uma tarde chuvosa de outono.
E, o que dizer sobre o paladar?
- Nos deixa completamente sem palavras.
Há alguns que defendem o suco de caju,
não lhes condeno, mas, o de laranja é imbatível! É o melhor!
Se existisse um exame específico, seria
comprovado: o meu ser, o meu corpo, o meu DNA necessitam deste abençoado néctar
para continuar funcionando adequadamente.
Mas agora tornou-se impossível o
diálogo...
- Chega de conversa!
- Vou interromper, por alguns
instantes, este relato. Sabem para o quê? ...
- Certa a resposta!
Para saborear um maravilhoso “suco de
laranjas”.
- Mãe, onde está o meu suco de
laranjas?
- Como assim, acabou?
- Eu ainda tinha duas caixinhas...
- Tomaram... e agora?
A mãe tenta contornar a situação e
propõe:
- Filho, não se preocupe! O seu tio
Jacinto passou por aqui hoje cedo e nos deixou algumas frutas colhidas do seu
sítio. E tem algumas laranjas.
- Vou espremê-las prá você.
Ao que o filho, prontamente, reage:
- Não, mãe! Pare depressa! Nunca vou
tomar o suco de uma fruta que eu nem sei como foi produzida, cuidada e
transportada.
- Nem pensar!
Numa tentativa inútil, a mãe tenta
tranquilizar o filho, explicando:
- Filho, esta fruta é do sítio do seu
tio. Ele mesmo a plantou, cuidou, colheu e nos deu.
Mas, o filho, em um misto de desespero
e descontentamento, meneando a cabeça põe fim à questão:
- Eu não vou tomar o suco de uma fruta
produzida no meio do mato, em um lugar todo sujo de terra, onde pousam abelhas
e passarinhos podem ter bicado, empoeiradas, expostas ao tempo e sem nenhuma
refrigeração.
- Eu não quero morrer!
- Mãe, me dá “vintão”? É que o meu
cartão estourou.
- Vou no mercado e já volto!
Cesar Augustus Pereira de Paula
Sorocaba, 13 de abril de 2018
Comentários
Postar um comentário