UM BELO PAÍS




Durante uma noite, em sono profundo,
Sonhei com um país, sonhei com um Mundo.
Um Mundo mui lindo,
Com recursos infindos.

Um país onde muita beleza resta,
Um maravilhoso pano de fundo,
Uma linda floresta

Revelava mil mistérios
E tesouros moribundos,
Povo muito esforçado,
De antigos povos, oriundo.

Sua gente, seu maior tesouro,
Garimpava rubis, esmeraldas e ouro,
Mas, na hora da divisão,
Só lorota e enganação,
(Prejuízo então.)

Gente vibrante e perseverante,
Vivia explorada como nunca vi antes.

A alegria era sua maior tradição,
Mas, nunca vi tanta enganação,
Desde o teto até o porão.

Havia pessoas trabalhando,
E, altas somas recebendo,
Dos desempregados em longas filas,
De fome, quase morrendo,
Explorando a fragilidade,
E, o emprego prometendo.

Havia quem ganhasse
Muito dinheiro a explorar
A triste realidade do ignorante alimentar,
Que, num ato induzido e atitude sem pensar,
Passava a beber muito, até mesmo viciar,
Em triste atividade que o levaria ao chão,
Tornando-o  imune ao “slogan”:
“Beba com moderação”.

Mas, como o povo estava enfermo,
Inventaram um tal governo,
Onde o povo ao votar,
Elegia pessoas para os representar.

Os tais representantes,
Após eleitos num instante,
Menosprezavam os palácios,
E, preferiam um altar.

Um altar cheio de luzes,
Mas proibindo as tais das cruzes,
Apontavam os holofotes,
Para os rostos iluminar.
Apoderavam-se de valores,
Sem valores acrescentar,
À população doente e pobre,
Que começava a mirrar.
Mirrar as esperanças
De alguém os representar.

Agora ricos e influentes,
Reformavam até os dentes,
Com o dinheiro dos doentes,
De quem, antes, eram par.

Que país estranho!

Com avançadíssimos equipamentos,
E satélites a voar,
Foi possível para todos,
Qualidade excelente alcançar,

Na divulgação das notícias,
E programas para o lar.
E, novamente, contemplava,
O objetivo desvirtuar,
Antes de promover a saúde,
À população desorientada e indefesa,
Com muita habilidade e destreza,
Era orientada a se lesar,

E, para recobrar a esperança
De um dia vir a sarar,
Via a salvação aos seus olhos maravilhosamente saltar,
A solução nas caixinhas, nas lindas telas a passar,
Apresentada como um milagre,
E para qualquer idade,
Era somente o seu conteúdo tomar,
Lógico, após pagar.

Nas belas telas com digital qualidade,
Era revelada, do povo, a realidade,
Somando-se o que havia no comercial,
Se constatava, medicamentos, sorteios, governo e hospital.
Até que era legal!
Mas, não era moral.

Após todo este pesadelo,
Só me restava um apelo:
Do sono despertar.

Despertar para fugir; da tristeza escapar,
Acordando em minha cama,
Ao meu país retornar,
Não mais tramas, nem artimanhas,
Para o povo enganar,
Aqui tenho centenas de pessoas
Para me representar.

Agora acordado, começo a contemplar,
Do meu sonho (pesadelo) nem um fragmento a encontrar,
Nas cidades, nos palácios e nos que estão a representar,

É como sempre quis, um belo país!

Quando irei acordar?


Cesar Augustus Pereira de Paula
Sorocaba, 30 de agosto de 2017


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