A RUA EM QUE EU NÃO PASSEI





Não consigo imaginar e, muito menos, contar as ruas em que já andei.

Passei em muitas delas, em diversas cidades, vilas e favelas.
Foram muitos anos e muitas mazelas, coisas mudaram; tudo, inclusive a idade. Já não se formam favelas, mas, comunidades.

No princípio estava no colo, depois transportado em carrinhos.
Mas, por muitas passei.

Talvez você consiga contar, com facilidade, as ruas em que caminhou desde a primeira idade.

Muitas eram bonitas, mas não as recordo.
Muitas arborizadas, mas foram cortadas.
Muitas com grande trânsito de carroças e animais, mas isto já não se vê mais.

Mas, então o que restou?

- O saber que em muitas andei e, de ficar pensando nisto, quase tropecei.

Me orgulho de por elas ter passado, e, ter um passado.

Passado feliz, passado seguro, passado glorioso, mas, simplesmente, passado.

Hoje também é gostoso!

Estou chegando em casa e, por mais algumas passei.
A minha, agora adentro, se passarei por outras não sei.

Mas, algo, a paixão me traz à tona, se bom ou ruim nunca saberei, mas me detona:

Pensar que ruas e mais ruas são traçadas, isto me apaixona.
Pensar nas cidades, estados e Nação me deixa sem noção.

Apenas, me resta o saber, que as em que passei, se passaram,

E, como seriam as outras? 

- Eu nunca saberei.

Cesar Augustus Pereira de Paula

Sorocaba, 30 de agosto de 2017

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