O ÓLEO E A ÁGUA







Um dia, o óleo, pela água se encantou.
E, estar pertinho dela, caminhando, procurou.
Ela estava mui carente,
E, agora, bem contente, com a jornada, concordou.

A água, nobre donzela, nunca lhe dava trela.
Mas, como estavam juntos, em um lúdico minuto,
Consentiu-lhe um assunto, e o óleo se alegrou.

Muitos sonhos, ele sonhava... mas, nunca analisou:
Será que o óleo, com a água, algum dia, combinou?
Mas, nada disto cogitou.

Os dois, juntos, caminhavam,
Até diziam: namoravam.
Era muito agradável.
Mas seria, isto, estável?

Num momento se casaram,
E foi grande a festança,
Pai, mãe, irmão e tia,
Completaram a alegria.

Mas o tempo foi passando,
E a agitação findando.
Como roupas num armário,
As coisas se acomodaram.

Os dois se estagnaram,
E, embora não brigando,
Tudo foi se acabando.

Ainda que estavam juntos,
Já mudaram os assuntos.
Quase nada se falavam,
Era quase intolerável.

Os dois juntos analisaram,
Qual o motivo da ação.
E em coro perguntavam:
Por que tanta confusão?

Rapidinho descobriram,
Que não estavam agitados,
Com a queda do momento,
Acabou-se o movimento.

Óleo e água decantados,
Ficaram decepcionados,
Ao serem observados,
Cada um estava a um lado.

Permaneceram, ainda, juntos,
Mas, agora, separados.

Que coitados!


Cesar Augustus Pereira de Paula

Sorocaba, 07 de agosto de 2016.

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