DURMA COM DEUS MEU FILHO







Filhos, quem me dera tê-los,
Nos ombros, joelhos,
E, lhes dar conselhos.

Calmos, arteiros, quadra ou tabuleiros,
Questão de gosto,
É o que mais gosto.

Saber entende-los
E não os prendermos,
São tudo o que temos.
Perde-los, tememos.

Os vemos nascer, mamar e golfar,
Chorar, caminhar, começar a falar,
Ouvidos e boca, perfeitos se fazem,
Mas logo eles crescem, se tornam rapazes.

E vêm os conflitos, sussurros e gritos,
Às vezes, aflitos, a nos perguntar
Sobre isto ou aquilo, nos fazem de mito
Mas falta ciência para os ensinar.

E começa a corrida, pela luta da vida,
Era mais comprida, e está a encurtar.
São tantos trabalhos, estudos profundos,
Esposa e marido poderão aguentar?

E não há guarida praquele que lida,
Labuta, milita pro sustento ganhar.
Atrasos, descontos, lá vão tantos contos,
Faz outros serviços para completar.

Tantos afazeres, discursos, dizeres,
Administrar, é insano tentar.
E o meu filho crescendo, e, reflito dizendo:
Aonde é que isto irá parar?

Mas hoje é festa... e de casamento,
Espere um momento ... já foram dez anos,
Ontem, iam casar. Vamos comemorar!

E o tempo passou, e o neto cresceu,
E, como comigo, se estabeleceu,
Meu filho cansado, começa a sonhar,
Co´a aposentadoria para descansar.

Mas outros problemas começam a pintar,
Um quadro escuro, de arrepiar,
Sua esposa, sincera, quer lhe abandonar.
Acirra a guerra, pode não aguentar...

São dezenas de anos, para se lembrar
Dos dias felizes, no rancho, no lar,
Muitos aniversários a comemorar,
Mas, ledo engano; vão se acabar.

E, mais uma vez, eu não sei ensinar,
Como vencer, ou superar,
A batalha ferrenha,
Que tristeza no lar!

Eu lhe confesso, meu querido filho,
Não tenho remédio para receitar,
Que traga alento, que cesse o vento,
Que faça, agora, a harmonia voltar.

Somente te peço, que me escutes sem medo,
Eu tenho um segredo para lhe contar,
Existe um amigo que quer, e que pode,
Fechar os seus cortes, suas feridas sarar.

Restaurar os seus sonhos,
Que antes medonhos, morrias de medo,
Até de os contar.

Fechar as sangrias dos erros de outrora
Que inda agora estão a incomodar,
E, em um grande dia,
Que grande alegria!
Em sua moradia, a paz retornar.

Meu filho amado, eu te aconselho,
A esta ajuda, bondosa, aceitar.
Então vá ao leito, e deite com jeito,
Pois o bom repouso irá restaurar.

E com grande alegria, com a paz divina,
após este sono, ao despertar,
Saberás que foi sonho, apenas um trono
que a mão divina está a derrubar.


Durma com Deus meu filho!



Cesar Augustus Pereira de Paula
Sorocaba, 12 de julho de 2016

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