Um dia, acordou o lago, e sentiu-se angustiado. Qual adolescente sentiu-se acuado. Tudo tinha o seu curso, mas, ele, ancorado.
Nunca havia sido motivo para
ficar preocupado, mas, viu o que nunca tinha reparado: tudo se movia, mas ele
permanecia parado.
Olhou para o lado, desesperado,
o mato crescia, a paca corria, plainava a cotovia, a hiena sorria tudo era
movimento, rápido ou lento, e, neste estado, ficou preocupado.
Por todos os lados estava
cercado!
E, assim, mais um dia
havia acabado.
A noite chegando, trouxe
o silêncio e, por só um momento ficou confortado, tudo e todos estavam parados.
Da noite o manto de
escuridão, cobria a paisagem, tirava a visão, mas, como haveria o brilho,
então?
O brilho da lua, formosa
atua, vencendo, da noite, a escuridão.
O lago, impressionado, na
lua vidrado, não mais solidão.
Não estava mais só
daquela maneira, agora, alegre tinha companheira.
Suas águas cobertas de
brilho lunar, e o seu coração começava a pensar...
A lua e o lago agora, um
par, na face das águas, a bela imagem, como tatuagem, não quer apagar,
O balanço das ondas, a
brisa a soprar, e a face da lua a acariciar. O amor, fez a noite, muito, alegrar.
Mas, vindo o dia, a lua levar, o lago, nervoso passou a chorar.
Então, grandemente,
pôs-se a lamentar, pois este lindo romance, logo, iria acabar.
E, que nada podia, pois,
todo o amor que agora sentia, a paz e a alegria, não passava de um sonho, não realizaria
a união eterna que desejaria,
Sua noiva amada não
existia, que ironia! Era apenas uma imagem.
... e, o lago tristonho, abandonando o seu sonho, voltou
para a sua margem.
Cesar A. Pereira de Paula
Sorocaba, fev de 2016
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